O Governo vem adotando estratégias para posicionar o país como um dos principais destinos globais para investimentos em indústrias eletrointensivas com uso de energia renovável. Durante o Enase 2025, realizado nesta quarta-feira, 11 de junho, o diretor de planejamento e outorgas de transmissão e distribuição de energia elétrica e interligações internacionais do Ministério de Minas e Energia (MME), Guilherme Zanetti, destacou que a corrida mundial por fontes limpas e seguras de energia abre uma janela de oportunidade para o Brasil, que possui vantagens estruturais relevantes por possuir uma abundância de fontes renováveis.
“Temos um sistema de transmissão robusto e uma matriz elétrica com alta participação de fontes renováveis. Isso é altamente atrativo para investidores que buscam soluções sustentáveis e competitivas, principalmente para o setor de data centers”, afirmou. O executivo ainda disse que o MME, em parceria com outros órgãos do governo, contribuiu para a construção de uma política voltada à atração desses investimentos por meio de medidas fiscais e regulatórias.
Um dos destaques é o modelo de enquadramento voluntário que segue linhas semelhantes às do REIDI (Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura), que é o REDATA (Política Nacional de Data Centers). “Essa política está bem estruturada, com critérios e requisitos definidos. Para que os projetos recebam os benefícios, é preciso que atendam às diretrizes da política energética nacional”, explicou.
Entre os requisitos exigidos, estão o uso de fontes renováveis, eficiência energética e ações comprovadas de gestão energética. “São requisitos simples de serem atendidos, especialmente por projetos eletrointensivos que já utilizam energia limpa”, ressaltou Zanetti.
Ele também destacou o caráter estratégico da medida, tanto do ponto de vista energético quanto industrial. “Essa é uma demanda muito bem-vinda para o setor. Estamos falando de uma política industrial inteligente, que pode gerar empregos, aumentar a competitividade e atrair tecnologias de ponta para o Brasil”.
De acordo com o executivo, a proposta já está em estágio avançado. “É uma iniciativa madura, que deve ser oficializada em breve. O vice-presidente, Geraldo Alckmin, já divulgou seu apoio, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, projetou que o país pode atrair até R$ 2 trilhões em investimentos nos próximos anos com base nesse novo ambiente regulatório.”
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