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O Brasil segue avançando nos estudos de mapeamento e no planejamento da exploração da energia eólica offshore. Gustavo Ponte, consultor técnico da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), destacou durante sua participação no Enase 2025, que o potencial da fonte no país é significativo e vem sendo aprofundado desde o primeiro estudo elaborado em 2018, que deu origem ao Plano Nacional de Energia (PNE) 2050.

“O potencial não é problema”, afirmou Ponte, ao lembrar que o levantamento inicial apontou que a Zona Econômica Exclusiva do Brasil possui capacidade na ordem de terawatts. Em 2020, com a entrega do chamado roap, a EPE refinou os dados, concluindo que apenas em águas rasas, com velocidades de vento acima de 7 metros por segundo, há um potencial de quase 700 gigawatts de geração, mesmo considerando as limitações técnicas e econômicas da época.

O roap também identificou desafios importantes para o setor, como licenciamento ambiental, adaptação industrial e estrutura portuária. “Essas turbinas são as maiores máquinas rotativas do mundo. Fabricá-las exige portos que funcionem como verdadeiros polos industriais”, explicou o consultor.

Desde 2020, segundo Ponte, a EPE tem trabalhado para endereçar cada um dos pontos levantados no estudo. Isso inclui apoio direto ao Ministério de Minas e Energia na regulamentação do setor, especialmente após a aprovação da Lei das Eólicas Offshore em janeiro de 2025. Entre os novos estudos produzidos estão uma metodologia para cálculo de pagamento pela área, definição da área máxima por projeto e, mais recentemente, uma proposta para a seleção das áreas que será debatida com o público em audiência pública.

Além dos estudos próprios, a EPE mantém parcerias estratégicas, como o realizado com o Banco Mundial. Três frentes estão sendo desenvolvidas em conjunto: engajamento de stakeholders, análise de sensibilidades socioeconômicas e ambientais, e o desenvolvimento de um estudo sobre off-take model, que deve ser lançado no segundo semestre de 2025.

De acordo com Ponte, esse último estudo é essencial, pois trata de como comercializar a energia gerada. “Hoje se fala muito da cessão da área, mas depois disso, o que será feito com essa energia?”, questiona. Modelos como leilões tradicionais, o mercado livre de energia (ACL) e outras alternativas internacionais estão sendo analisados.

Apesar do grande potencial, o executivo pondera que, no curto prazo, a eólica offshore ainda não é competitiva frente a outras fontes renováveis mais baratas no Brasil. No entanto, com a queda dos custos globais e o tempo necessário para amadurecimento dos projetos, a EPE aposta que o setor pode ganhar protagonismo nos próximos anos, especialmente no horizonte de longo prazo projetado pelo PNE.

“É preciso estar preparado. Estamos construindo a base agora para quando a tecnologia se tornar viável economicamente. E isso exige planejamento, regulamentação e visão estratégica”, finalizou.

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